segunda-feira, 25 de julho de 2011

- Entrevista com a poetisa Camila Paula ( Macabéa de La Mancha )

 Danny: Você é fã do Chico Buarque a ponto de colecionar várias coisas sobre ele? Camila: Eu adoro Chico, mas não tenho muita coisa dele não, só alguns discos. (risinhos) E uma admiração sem tamanho.
Danny: você aprendeu a falar Macabês antes de ser uma Macabéa? (me expressei mal) Como assim?
Danny: Você tem suas próprias gírias isso é considerado uma língua (não seria dialeto? E que gírias são essas?), então batizei de Macabéano (linguagem comum de Macabéas, mas ela é a Macabéa de La Mancha não uma mera Macabéa e eu fui burra =/)
A minha Macabéa não existe sem o Dom Quixote - aprendi a sentir, falar, respirar Macabéa de La Mancha desde que comecei a sentir, falar, respirar através da leitura, sabe? Nós somos um pouco de tudo que vivemos, que nos rodeia, que nos alcança o coração, então eu sou Macabéa de La Mancha desde que sou gente e com o tempo e leituras e releituras vividas aprendi e escolhi ser assim.
Danny: Se arrepende mais do que fez ou do que não fez? Do que não fiz
Danny: Desde quando você escreve poemas? Desde os 13 anos, eu acho. Não sou muito boa em contar o tempo.
Danny: Quais são as 5 pessoas mais importantes para você na vida? Não gosto deste tipo de ‘colocação’. Muitas pessoas são importantes na minha vida de formas diferentes. Mas pra não te deixar sem nenhuma resposta - posso dizer que minha avó é uma pessoa extremamente essencial pra mim.
Danny: Um defeito e uma qualidade? Sou desastradamente desorganizada (assim, dois defeitos mesmo) e simpática.
Danny: De onde você consegue tanta inspiração? É que eu vejo poesia nas coisas do dia-a-dia, no olhar das pessoas, nas coisas que faço, e imagino muito! Acho que a inspiração vem da sensibilidade juntamente à observação e imaginação.
Danny: Como você se descreve em 3 palavras? Flor-estrela-Moinho de vento (Acabei citando símbolos de três elementos – terra, água e ar. Definitivamente não sou fogo?! Rsrsrs)
Danny: Se você pudesse fazer um desejo, qual seria? Desejos... Acho que sou feita deles! Mas tem um que eu não me esqueço – Quando eu tinha uns 10 anos a professora de redação pediu para que a turma escrevesse sobre um desejo, e eu escrevi que queria morar numa cidade onde ninguém ficasse desempregado, com frio ou fome, nem sozinho. Fiz um desenho lindo e um projeto bem autossustentável – Era um lugar bonito, com muitas flores. Uma igrejinha simples no centro, casas de cores diferentes, em cada quintal uma horta bem farta, e um galpão de artesanato, no qual os moradores mais idosos se reuniam aos mais jovens para criar e recriar coisas que pudessem ser utilizadas no dia-a-dia. Na época eu não sabia, mas estava me referindo à vivência em comunidade. Queria que o mundo fosse uma grande comunidade justa, livre e fraterna!
Danny: Uma música que te define? Acho que nada me define (não gosto muito de definições, pois sou ‘de lua’), mas algumas músicas expressam bem o que sinto. Uma das minhas preferidas é Parabólica de Engenheiros do Hawaii.
Danny: Qual seu maior sonho? Acho que meu maior sonho está expresso na pergunta do desejo! :D
Danny: Porque você se tornou poeta? Na verdade, poetisa. Não escolhi ser poetisa, acho que a poesia me escolhe. Ela – a poesia – me bate à porta e eu abro, sabe? Não é questão de mérito, mas de humildade. Quando o ego quer falar mais alto e eu até penso em ‘enfeitar’ algum verso, a poesia não acontece.
Danny: quais os escritores, poetas, ou artistas em geral da atualidade que você considera como sendo admiráveis a ponto de citar? Da atualidade? Bem... não que não existam grandes artistas da atualidade, mas é que só se sabe que uma obra é verdadeiramente arte quando as traças do esquecimento não a corrói... Posso citar Chico Buarque – ele tá lançando um cd novo agora; Wagner Moura - Você conhece alguma coisa que ele tenha feito ou esteja fazendo que não seja de qualidade?; João Falcão – Adoro o cinema que ele faz; Grupo Galpão
de Teatro – perfeito; Antônio Francisco – o poeta da Lagoa do Mato. No mais, como dizia Belchior na canção que Elis magistralmente cantava em ‘Como os nossos pais’: - “Nosso ídolos ainda são os mesmos...’


ATENÇÃO: Quem gostou da entrevista e quer conhecer o blog dela e suas poesias não vão se arrepender aqui esta o link: http://www.macabeadelamancha.blogspot.com/

Dom Quixote - Engenheiros do Hawaii - Interpretação


Muito prazer, meu nome é otário
Vindo de outros tempos mas sempre no horário
peixe fora d'água, borboletas no aquário
Muito prazer, meu nome é otário
na ponta dos cascos e fora do páreo
puro sangue, puxando carroça

Um prazer cada vez mais raro
aerodinâmica num tanque de guerra,
vaidades que a terra um dia há de comer.
"Ás" de Espadas fora do baralho
grandes negócios, pequeno empresário.

Muito prazer me chamam de otário
por amor às causas perdidas.

Tudo bem, até pode ser
que os dragões sejam moinhos de vento

Tudo bem, seja o que for
seja por amor às causas perdidas
Por amor às causas perdidas

Tudo bem…até pode ser
Que os dragões sejam moinhos de vento

Muito prazer…ao seu dispor
Se for por amor às causas perdidas
por amor às causas perdidas


No trecho em que ele fala: “peixe fora d’água borboletas no aquário” ele esta falando de como as coisas estão fora do lugar, ou seja, um cara varrendo como gari na rua quando se ele tivesse tido oportunidade ou estudado, poderia ser um ótimo medico. Na parte que ele fala: “puro sangue puxando carroça” (puro sangue é uma raça de cavalos valiosíssima), alguém já viu um puro sangue puxando carroça?!
Mas tem muitos por ai. “Muito prazer me chamam de otário
por amor às causas perdidas.” Ele se apresenta como um bom moço que chamam de otário por amor a sociedade que é uma causa perdida por causa desse caos de puros sangues puxando carroça. Em alguns trechos dessa letra de Humberto Gessinger, ele expõe sua visão sobre a minúscula parte pensante da humanidade, que infelizmente não tem vez e nem voz (excluídos por saberem demais?! Talvez!)  sendo soterrada pelo sistema social e pela classe dominante ( A “elite” que sendo “elite” deveria dar exemplo mas que por sinal é hipócrita e estúpida). Na parte em que ele diz: “tudo bem, até pode ser que os dragões sejam moinhos de vento...” alem de fazer ilusão à historia Dom Quixote (a música é totalmente baseada no livro Dom Quixote, o cavaleiro enlouqueceu e achava que os moinhos de vento eram dragões, que é uma pérola da literatura universal), refere-se também, a importância exagerada em que as vezes damos a determinados problemas que pensamos que sejam dragões quando na verdade são simples moinhos de vento. Resumindo tudo, essa música é um desabafo geral, de quem quer levar a vida de maneira correta, com princípios, ética, moral, bom senso e boa vontade com o próximo e é visto como um atrasado, um otário mesmo, é aquele que respeita as regras enquanto tá todo mundo furando fila, andando pelo acostamento enquanto ele enfrenta o engarrafamento, é aquele que respeita as vagas de idosos e deficientes, é aquele que cede o lugar no ônibus para uma gestante ou idoso enquanto a maioria vira o rosto e finge dormir, é aquele que não paga e nem recebe propina e nem suborno, é aquele que sai com os amigos e toma sua cerveja e volta para casa de taxi ou entrega a chave do carro para alguém que não bebeu, é aquele que não troca seu voto por “rapadura”, é aquele que grita contra os governantes desse país enquanto os outros simplesmente aguentam calados, que no Brasil é considerado como um otário, mas um otário com uma consciência tranquila no final do dia, e além de tudo que tem compromisso com a sociedade e muitas vezes simplesmente quer todos os seus direitos.
O melhor disso tudo, desses comentários todos é a interpretação de cada um para uma música. Sem igual é viajar na letra e sonhar por fora desse mundo chamado terra, em que a realidade vem com o primeiro telejornal

quarta-feira, 6 de julho de 2011

- Dica musical

- Não uma das pessoas mais influentes, mas, quando eu escuto uma coisa boa sei apreciar, eu estava procurando uns bons vídeos no YouTube então achei essa banda que é simplesmente perfeita, ela tem mais de 6 milhões de visualizações com o clipe "Oração" que é muito envolvente, vou postar o vídeo aqui porque chega a ser indescritível, um dos trechos mais marcantes para mim é "coração não é tão simples quanto pensa, nele cabe o que não cabe na dispensa" já é febre no YouTube:


Bio: A partir de diversas apresentações musicais no Wonka Bar (Curitiba, PR) – como o show “canções de inverno” de Luiz Felipe Leprevost, e o show “A Saudade Mata Gente, Panaca” de Uyara Torrente – foi sendo criada e desenvolvida a idéia de produzir as músicas de compositores curitibanos. Construção, Desconstrução e Reconstrução de arranjos, de instrumentos e de formações.

Assim é a Banda Mais Bonita Da Cidade…
"No lugar dos ritmos que dominam o ideário popular, o grupo preferiu se refugiar no vigor do rock e na poética da MPB" ( Danny Guedez )

domingo, 3 de julho de 2011

- Eu.

- Sim eu sou diferente das garotas de 14 anos, pois é sou sim diferente da juventude de hoje, eu não gosto das roupas coloridas, odeio as bandas de atuais que só falam de relacionamentos e não mostram a realidade (é isso que deixa a juventude tão diferente da dos anos 60, 70, 80 e 90), pode me chamar de brega ou de cafona se isso significa que tenho cultura e enxergo a realidade e ouço música de qualidade e não é só dos gostos musicais que falo, é de poemas, livros, pinturas entre outros, geração sem cultura é assim que deveria ser chamada a geração atual, me chamam de velha, brega e clichê, porque? Por que eu realmente vejo o mundo como ele é, porque não sou imatura, porque gosto de Chico Buarque ao invés de Exaltassamba ou coisas assim, porque gosto de Legião Urbana e Engenheiros do Hawaii ao invés de Restart, porque gosto de música brasileira ao invés de música internacional, pois é, me criticam por gostar do que é nosso e do que realmente mostra a realidade e a sociedade. Sim sou diferente, e daí ?